Especialistas pelo mundo afora são enfáticos em dizer que o controle da Covid-19 em qualquer país depende em boa medida da capacidade de testar a população.
RT-PCR
Considerado o padrão ouro para diagnosticar a Covid-19, o RT-PCR constata a presença do material genético do Sars-Cov-2 na amostra do paciente. Por isso, o ideal é que seja feito na primeira semana de sintomas, de preferência não ultrapassando o 12º dia. É que nesse período a carga viral está mais elevada, o que permite detectar o RNA do SARS-CoV-2 na amostra analisada.
Como é feito: o material de escolha para análise é a secreção respiratória, colhida no nariz e na garganta por meio do swab, instrumento semelhante a um cotonete.
Os resultados são seguros: Feito na janela de tempo correta, o exame tem alto grau de confiabilidade, acima de 90%, e dificilmente apresenta um resultado falso positivo. Os laudos costumam sair em até 03 dias.
Sorologia
Esse tipo de teste não detecta o vírus, mas sim a presença de anticorpos, isto é, a resposta do nosso organismo frente à infecção. Ou seja, identifica quem já teve contato com o Sars-Cov-2 ou quem já teve a doença. Após alguns dias do aparecimento da doença, a quantidade de vírus vai diminuindo e começam a surgir os anticorpos – por essa razão, nesse exame a amostra de sangue deve ser coletada após sete ou dez dias.
O teste sorológico é realizado a partir de diferentes tecnologias. O imunoensaio enzimático (ELISA) revela a presença de IgA e IgG. Já o sorológico por quimioluminescência (CLIA) é baseado na emissão de luz produzida por reações químicas e discrimina IgM (fase aguda da doença) e IgG (os anticorpos de memória). A sorologia eletroquimioluminescência (ECLIA), por sua vez, identifica os anticorpos toais sem fazer diferenciação entre eles.
Como é feito: a sorologia é realizada em sangue venoso, coletado por meio de uma punção do sangue da veia do paciente. O sangue é coletado e armazenado em tubos para ser analisado em laboratório.
Os resultados são seguros: Os sorológicos apresentam menor sensibilidade para o diagnóstico da doença quando comparados ao RT-PCR, por isso não é recomendado para este fim. Se forem feitos logo nos inícios dos sintomas, há um risco maior de dar um resultado falso negativo, uma vez que a produção de anticorpos pode ainda não ser suficiente. Mais raramente é possível ocorrer ainda a chamada reação cruzada: diante da presença de anticorpos contra outros vírus, como o do H1N1, o exame revela um falso positivo para Covid-19.
Testes rápidos
O nome técnico é teste de imunocromatografia de fluxo lateral. Recebe essa denominação porque o resultado corresponde a uma alteração de cor quando o sangue colhido entra em contato com o reagente.
Como é feito: a amostra é obtida por meio de uma pequena incisão na ponta do dedo e colocada num kit, com indicação visual do resultado.
Os resultados são seguros: A confiabilidade do resultado varia muito, podendo apresentar alta taxa de falso negativo. “Os testes rápidos têm menor sensibilidade. Individualmente há um risco de interpretação, ou seja, a pessoa pode ter sido exposta ao vírus, mas o resultado é negativo, principalmente em populações de baixa prevalência”, avalia Gustavo Campana. “Por isso, na nossa visão, eles podem ter uma aplicação como ferramenta de inquérito sorológico, mas não indicamos como teste de diagnóstico de exposição prévia ao vírus ou não”, conclui.